a
a
Landversation

Landversation 

2014
tobong Nkanga

Em 2012, Otobong Nkanga realizou na Tate Modern, em Londres, Contained Measures of Shifting States [Medidas contidas de estados mutantes], uma instalação composta de mesas e, ao mesmo tempo, uma plataforma de interação entre a artista e os visitantes do museu. O trabalho era também um exercício de pesquisa sobre a coleção da Tate e a relação que os visitantes de diferentes origens culturais podem ter com ela. Nkanga convidou o público a se engajar num diálogo sobre a intangibilidade da identidade, da memória e da percepção, observando como elas mudam quando apresentadas por meio de narrações e arranjos específicos.

À semelhança de outros trabalhos seus, a artista foi protagonista da ação e “dinamizou” quatro mesas circulares que continham elementos como líquido, gelo, fumo e calor, que foram vistos ou experimentados em constante movimento e mudança de estado. A alteração e a mudança assumiram, aos olhos do público, um caráter tangível que abordou questões tão básicas, mas por vezes difíceis de descrever e caracterizar como são as identidades no mundo contemporâneo.

Na 31ª Bienal, Nkanga dá continuidade a este trabalho com Landversation [Terra-conversa], uma instalação que muda a ênfase do interior da instituição (a coleção) para o exterior: as relações que o Brasil e os brasileiros estabelecem com a terra. Uma série de mesas que formam uma estrutura circular serve de base para uma troca entre a artista, os visitantes e um grupo de pessoas que têm, todos, uma ligação com a terra – profissional, afetiva, vital. Geólogos, ativistas de moradia e direitos da terra, mineiros, pessoas que usam a terra para cultivar, outras que a transformam em outros produtos. O que eles geralmente constroem nesse contato com a terra é, na obra, a base de novas situações de troca e transmissão, de exploração das redes interpessoais que se podem estabelecer no contexto expositivo da Bienal e além – no mundo como um todo. – MM

APOIO BLOOMBERG PHILANTHROPIES
EXPLORAR PROCURAR