2014
Qiu Zhijie
O mapeamento é uma das principais maneiras pelas quais a sociedade ocidental chegou a um acordo com o mundo. Com os mapas, o desconhecido se torna visível e compreensível. No entanto, eles são também usados para assustar potenciais visitantes, como na famosa rubrica “aqui há monstros” nos primeiros mapas europeus do continente americano.
Qiu Zhijie usa essas histórias e técnicas de mapeamento, em conjunto com uma antiga tradição chinesa de mapear lugares imaginários, para construir narrativas inesperadas, cidades fictícias ou estranhos locais utópicos como em seus Map of Utopia [Mapa da utopia] ou Map of Total Art [Mapa da arte total]. Ele teve formação de calígrafo e usa essa habilidade para desenhar seus mapas à mão livre.
Para a 31ª Bienal, ele desenhou um mapa em grande escala que funciona como um curioso prólogo para a jornada pela exposição adiante. O mapa se baseia em algumas das ideias curatoriais e artísticas por trás da Bienal, fundidas com as próprias reflexões do artista enquanto estava aqui preparando a imagem. O desenho, traçado diretamente na parede da rampa pequena que sai da área Parque, desaparecerá assim que a exposição for fechada, em 7 de dezembro. Desse modo, a ideia de um mapa como representação permanente de uma paisagem geográfica é rejeitada em favor dos aspectos temporários e subjetivos do mapeamento – aspectos sempre presentes, por mais neutro ou científico que ele se proclame. – CE