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Mujawara

2014 Sandi Hilal, Alessandro Petti and Grupo Contrafilé

Nos últimos anos, Sandi Hilal e Alessandro Petti têm trabalhado na criação da plataforma educativa Campus in Camps, que permite aos refugiados palestinos produzir formas de representação – dos campos e de si mesmos – que extrapolem símbolos estáticos, como os de vitimização, passividade e pobreza.

Enquanto isso, o grupo Contrafilé desenvolve no Brasil o projeto A rebelião das crianças, cuja etapa mais recente é a criação de Quintais. Nesse projeto, os processos coletivos estabelecidos no ato de brincar possibilitam, sobretudo, o acesso a um território de liberdade, já que ativa nos corpos uma paisagem-potência que lhes permite criar o espaço da própria vida.

Sandi Hilal, Alessandro Petti e o grupo Contrafilé foram provocados a trabalharem juntos para a 31ª Bienal. Logo no início perceberam a conexão entre suas obras, mais marcadamente aquelas que tratam da ambivalência que ocorre na relação com a terra, como prova irrefutável da existência de comunitarismo bem como de um terreno fértil em contradições.

Contrafilé apresentou TC Silva (criador da Rede Mocambos e referência na integração das lutas dos movimentos quilombola, indígena e sem-terra), a Petti e Hilal, que trouxeram a experiência da mujawara (“vizinhança”, em árabe), um ambiente de aprendizagem libertário e descolonizador.

Como situação principal e que abriga as demais, uma mujawara foi estabelecida no sul da Bahia entre refugiados palestinos, quilombolas, teóricos, artistas, indígenas e sem-terra. Atuando em rede, foram promovidas conversas e situações potencializadoras do debate sobre deslocamento, exílio e construção de identidade – conceitos inerentes à definição contemporânea de coletividade. Esse trabalho em parceria teve como frutos a publicação de um livro que conta sua história e uma instalação na área Parque da 31ª Bienal. – WS

 

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